FONTE: ESTADÃO / MSM
BRASÍLIA – O governo federal vai editar amanhã um novo decreto passando de 25% para 33% a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Segundo fontes do Ministério da Economia, o texto vai excepcionalizar alguns produtos do processo de produção da Zona Franca de Manaus.
Quando o governo promoveu o corte linear de 25% da alíquota do IPI, no final de fevereiro, os produtores instalados no parque industrial da Zona Franca de Manaus criticaram a medida, alegando que perderiam a vantagem competitiva que têm hoje em relação às demais empresas instaladas em outras partes do Brasil. A pressão surtiu efeito e o governo fará essa mudança, mas, por outro lado, aumentará a queda do IPI para 33%.© José Cruz/Agência Brasil Ministério da Economia, em Brasília; decreto de redução do IPI vai excepcionalizar alguns produtos da Zona Franca de Manaus.
A equipe econômica não espera que essa redução chegue diretamente ao consumidor, mas sim que favoreça as condições da cadeia produtiva da indústria brasileira, garantindo melhores condições de competitividade do setor. “Não é um benefício direto para o consumidor”, destacou um integrante da equipe do ministro Paulo Guedes.
A avaliação entre os auxiliares do ministro é que o governo tem hoje uma nova filosofia: “Todo excesso de arrecadação será compensado com diminuição de imposto”.
A equipe econômica não vê risco nesse processo de desoneração, mas está atenta às pressões de aumento de despesas nesse momento pré-eleitoral do País. “Temos que segurar os gastos para manter a coerência da política fiscal”, disse uma fonte da equipe.
Para os auxiliares de Guedes, a orientação é segurar as pressões para evitar colocar a política econômica “nas eleições“. O ministério da Economia reconhece, no entanto, que a carestia será o tema da eleição em 2022 no campo econômico.
A equipe econômica acredita, no entanto, que, a partir do segundo semestre, haverá um processo de queda da inflação e, consequentemente, dos juros na economia. Esse movimento deve ajudar a ampliação do crédito num cenário em que hoje a taxa Selic alta é uma “pancada” na oferta de financiamento.
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