Entretanto, revisão da normativa sobre gases fluorados corre o risco de prejudicar os objetivos de descarbonização do bloco, diz indústria

Por Redação / FONTE; Blog do Frio

Consumidora observando alimentos em refrigeradores comerciais instalados em supermercado | Foto: Shutterstock.com
Redução massiva de HFCs utilizados atualmente em sistemas de refrigeração e ar condicionado exigirá mais mão de obra qualificados para lidar com fluidos A3 e A2L, alertam fabricantes | Foto: Shutterstock

A Comissão Europeia (CE) apresentou, no início de abril, uma proposta que acelera o atual cronograma de redução progressiva dos fluidos refrigerantes fluorados de alto impacto climático em vigor no bloco econômico desde a década passada.

Se aprovada pelo Parlamento Europeu, a alteração do regulamento sobre essas substâncias passará a valer a partir de 2024, quando metas mais rigorosas deverão ser adotadas pelo setor de aquecimento, refrigeração e ar condicionado, que tem se posicionado contrariamente à medida.

Pela proposta, a União Europeia (UE) deve proibir o uso de hidrofluorcarbonos (HFCs) com potencial de aquecimento global (GWP) de 150 ou mais em novos splits e bombas de calor com capacidade nominal de até 12 kW a partir de 1º de janeiro de 2027.

A partir da mesma data, a Comissão Europeia (CE) também quer proibir o uso de HFCs com GWP igual ou superior a 750 em novos splits com capacidade acima de 12 kW.

O setor produtivo reclama que a mudança impõe restrições “preocupantes” a equipamentos e uma redução gradual “insustentável” de HFCs, pondo em risco os próprios objetivos de descarbonização da economia do bloco.

A avaliação é de diversas entidades representativas do setor, para quem a medida prejudicará indústria, distribuidores e instaladores da região, ao, praticamente, eliminar os HFCs.

Os fabricantes dizem que as restrições propostas aos fluorquímicos utilizados atualmente em condicionadores de ar e bombas de calor, combinadas com alternativas insuficientes e falta de instaladores treinados, desacelerarão massivamente a implantação de soluções mais ecológicas de aquecimento e resfriamento, retardando o cumprimento dos objetivos climáticos da UE.

Para o setor, a transição para novas alternativas, entre as quais hidrocarbonetos (HCs) e hidrofluorolefinas (HFOs), precisa ser compatível com a disponibilidade dessas substâncias e com o desenvolvimento tecnológico, além de técnicos qualificados para lidar com fluidos A3 e A2L.

Do contrário, as instalações feitas recentemente ou no curto prazo correm o risco de serem inutilizadas antes do fim de sua vida útil, obrigando os clientes a investirem em retroajustes ou em novos equipamentos daqui a pouco tempo.

Entretanto, a aquisição de sistemas de refrigeração, ar condicionado e bombas de calor normalmente envolve altos custos, e o planejamento leva, na maioria das vezes, um período de meses a anos, até porque esses equipamentos têm uma vida útil muitas vezes superior a 15 anos.

Por esses e outros motivos, a redução maciça de HFCs proposta a partir de 2027 ameça o funcionamento de setores econômicos inteiros com um “cronograma irreal” de redução, segundo a Parceia Europeia para a Energia e o Meio Ambiente (EPEE, na sigla em inglês), associação que representa que setor na UE.

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