Por: Rosana Hessel – Correio Braziliense / FONTE: DP

 (crédito: Ricardo Stuckert)
crédito: Ricardo Stuckert

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, nesta sexta-feira (4), um documento com propostas para o governo brasileiro apresentar na Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP 27), que ocorre entre os dias 6 e 18 deste mês, em Sharm El Sheikh, no Egito.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende participar do evento e adiantou que levará a ex-ministra do Meio Ambiente e deputada federal eleita por São Paulo Marina Silva (Rede). Além do staff da CNI, presidentes de federações, de associações e líderes industriais devem comparecer no evento.

O documento “Visão da Indústria para a COP 27″ reúne as principais ações que o setor produtivo nacional considera necessárias para a continuidade do desenvolvimento da agenda climática e as medidas mais relevantes para o país no processo de negociação, de acordo com o comunicado da entidade.

As recomendações no texto elaborado pelo grupo de trabalho sobre o Artigo 6 e validado pela Rede Clima da Indústria Brasileira, composta por mais de 70 instituições, destacaram três temas prioritários: estabelecimento e operacionalização do mercado global de carbono, mobilização de recursos para assegurar o financiamento climático e avanço da agenda de adaptação à mudança do clima.

No documento o presidente da CNI, Robson Andrade, destaca que os compromissos apresentados até a COP 26, em Glasgow, se mostraram insuficientes para limitar o aquecimento global a 1,5° C, e, portanto, é esperado também esperado um aumento nas ambições das metas dos países. “Para o Brasil, é urgente a definição de uma estratégia nacional para o melhor aproveitamento do novo mecanismo do mercado global de carbono”, afirmou.

Plano de metas

Para Andrade, tão crucial quanto as negociações que ocorrerão em Sharm El Sheikh, será a capacidade do país de se organizar internamente para definir um plano de implementação das metas brasileiras e a definição de um arranjo institucional que viabilize esse novo mecanismo. “Também precisamos avançar nas negociações sobre o financiamento climático, buscando a implementação dos compromissos já assumidos, e retomar o desenvolvimento do Plano Nacional de Adaptação”, acrescentou.

A CNI, inclusive, propõe no documento uma nova meta coletiva de financiamento e agenda efetiva de adaptação à transição energética. “Em relação ao financiamento climático, a indústria pleiteia maior esforço da presidência da COP para garantir o compromisso financeiro dos países desenvolvidos para apoiar países em desenvolvimento nas ações relacionadas ao clima”, informou a nota, destacando que, na COP 26, essa meta não foi alcançada e “as partes decidiram que, antes de 2025, a Conferência estabelecerá uma nova meta coletiva de um piso de US$ 100 bilhões, levando em consideração as necessidades e prioridades desses países mais vulneráveis”.

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