FONTE: BLOG DO FRIO

Fabricantes lutam para completar montagem de produtos devido à falta de componentes essenciais

Por Redação

Vista área da região de Catalão, área fortemente atingida por seca na região amazônica | Foto: Cadu Gomes/VPR
Grandes embarcações estão impossibilitadas de navegar até a capital amazonense | Foto: Cadu Gomes/VPR

À medida que a região amazônica enfrenta uma das secas mais severas de sua história, repercussões críticas estão se desdobrando, atingindo diretamente as fábricas de ares-condicionados.

O cenário, enfim, ameaça a logística de produção e distribuição no Polo Industrial de Manaus (PIM), um hub crucial na fabricação de eletrodomésticos no Brasil.

A seca, exacerbada pelo fenômeno climático El Niño, impôs uma redução dramática nos níveis de água dos rios, vias essenciais para o transporte de insumos.

Grandes embarcações, agora impossibilitadas de navegar até a capital amazonense, têm seu lugar tomado por balsas, que, embora manobráveis em águas mais rasas, carregam apenas uma fração da carga dos navios e apresentam uma velocidade consideravelmente reduzida. Para pioriar, estima-se que essa alteração implica custos logísticos ampliados entre 25% e 50%.

Um alto executivo esclarece o dilema que a indústria enfrenta: enquanto as ondas de calor impulsionam uma procura sem precedentes por ar-condicionado, a habilidade de satisfazer essa necessidade é incerta.

“Estamos em uma situação sem paralelos, com uma previsão de demanda elevada contrastando com graves obstáculos na produção em Manaus, tudo por conta da estiagem recorde”, diz.

As fábricas, apesar de terem pedidos, lutam para completar a montagem de produtos devido à falta de componentes essenciais. O resultado é um círculo vicioso de atrasos de produção e potencial escassez de produtos no mercado, uma realidade que já está começando a se materializar.

Os desafios atuais transcendem a questão de pedidos não atendidos, atingindo a espinha dorsal da capacidade de produção.

“Não é uma questão de falta de previsão por parte das indústrias, mas sim de um possível hiato no fornecimento devido a problemas logísticos, o que significa que talvez não tenhamos o produto certo disponível no momento necessário”, alertou.

Apesar do controle de danos efetivo até o momento, com manobras de produção evitando paralisações completas, a indústria de eletroeletrônicos está à beira de um ponto de ruptura.

Discussões sobre férias coletivas estão emergindo, sinalizando interrupções iminentes na produção, que podem se estender por vários setores na região.

Enquanto a indústria garante que a disponibilidade de produtos para a Black Friday não está ameaçada, a normalidade das entregas de Natal depende da recuperação dos níveis dos rios, um fator incerto no momento.

A seca de 2023, surpreendentemente severa, desafiou todas as previsões e estratégias preventivas, com especialistas alertando que as condições podem se estender até 2024.

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