Identificação reconhece instituições que seguem as regulamentações de segurança do Banco Central
Por: Thatiany Lucena / FONTE: DP
Nos próximos dias, os bancos que adotam normas para a prevenção de fraudes poderão ser identificados por um selo. Nesta terça-feira (22), a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), lançaram o “Selo de Prevenção a Fraudes”, uma iniciativa com objetivo de fortalecer a integridade e a segurança das operações financeiras no Brasil.
Diante de fraudes e golpes digitais cada vez mais frequentes, a medida foi criada como um método para certificar e reconhecer as instituições financeiras que se destacam no cumprimento de requisitos de prevenção e conscientização da população. De acordo com uma pesquisa do Datafolha, os golpes financeiros foram responsáveis provocaram um prejuízo de R$ 186 bilhões à população, em 2023.
Neste primeiro momento, as práticas adotadas por 25 bancos públicos e privados brasileiros e estrangeiros foram analisadas por uma consultoria.
Entre elas, 17 instituições foram aprovadas para receber a certificação, são elas:
- Caixa Econômica Federal
- Banco do Brasil
- Bradesco
- Itaú
- Santander
- Banco BMG
- C6 Bank
- Sicredi
- Sicoob
- Banco Daycoval
- Banco Inter
- Banco BS2
- Banco Pan
- Banco Safra
- BTG Pactual
- Votorantim
- Banco XP
O selo tem validade de 12 meses e pode ser renovado. As oito instituições que ficaram de fora nessa fase, estão em processo de avaliação pela consultoria.
De acordo com o presidente da Febraban, Isaac Sidney, a prevenção a fraudes é uma prioridade da entidade e seus associados investem anualmente cerca de R$ 4 bilhões em sistemas de segurança da informação. O diretor do Comitê Nacional de Segurança Bancária da Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança (ABSEG), entidade que capacita e certifica profissionais, para o mercado de segurança nas instituições financeiras, Saulo Pessoa Batista dos Santos, explica que a ideia do selo foi criada pelos bancos que estão buscando novas soluções, plataformas e trocas de informações para melhorar a segurança, comandados pela Febraban.
“Esse conjunto de elementos que a Febraban foi criando nesse período, acompanhada pelos bancos, resultaram em um rol de obrigatoriedades, que os bancos deveriam ter para cumprir aquilo que foi determinado pela Ernst & Young (EY), como pré-requisitos para esse selo de segurança e combate à fraude” destaca Saulo.
O integrante da ABSEG explica ainda que a certificação é uma forma de identificar as instituições financeiras que adotam práticas de segurança aos clientes. “Esse selo visa melhorar a proteção das pessoas nas suas transações bancárias, principalmente para as pessoas mais simples, aquelas mais vulneráveis, que sofrem com a engenharia social e com todo tipo de golpe que está acontecendo no mercado. Além da questão das fraudes eletrônicas, dos combates aos ataques cibernéticos, com ferramentas que são utilizadas por todos os bancos hoje praticamente de uma forma igual”, afirma.
Pré-requisitos
Segundo Saulo Batista, para obter essa certificação as instituições devem obedecer às regulamentações do Banco Central e principalmente as orientações dos comitês de combate à fraude da Febraban.
Ainda de acordo com ele, a instituição financeira deve manter sempre o seu sistema antifraude atualizado, além de fornecer informações para a polícia federal, no projeto Tentáculos, plataforma que centraliza todas as notícias de crimes oriundos dos ataques cibernéticos. Saulo conta ainda que dos bancos associados da Febraban, apenas 17 receberão o selo. “Para a segurança do sistema financeiro e das pessoas, era necessário que todas as instituições bancárias cumprissem esses requisitos, contribuindo para um sistema financeiro mais forte e mais rigoroso na questão de combate às fraudes eletrônicas”, aponta.
Campanhas educativas
Os clientes das instituições vão poder identificar esse selo tanto nos terminais eletrônicos, como nas propagandas de rua, aplicativos e outras formas de comunicação visual dos bancos. Na prática, os clientes vão poder identificar instituições seguras para fazer suas movimentações. “Por isso a gente acredita que rapidamente as outras instituições também vão cumprir com os requisitos para receber também essa certificação do selo”, disse Saulo. Ainda de acordo com ele, a principal forma de combater os golpes é feita por meio da educação do cliente, pois são eles os mais vulneráveis aos golpes e acabam disponibilizando dados que permitem a identificação dele. “O que se busca muito é que as instituições financeiras tenham campanhas educativas para seus clientes como hoje o Banco Central já está com esse direcionamento”, afirma.
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