Reforma tributária traz mudanças com IVA estimado em 28%, mas mecanismo de trava pode limitar alíquota para até 26,5%.
FONTE: CONTÁBEIS

Nesta quarta-feira (16), foi sancionada a regulamentação da reforma tributária, que define um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) médio de 28%. Percentual de alíquota do imposto é o maior do mundo.

Durante a tramitação da reforma tributária, o texto recebeu ajustes para evitar que a carga tributária final ultrapasse 26,5% e a solução para isso foi a criação de um mecanismo de trava, impedindo que o IVA geral ultrapassasse o limite pré-determinado.

Segundo explica o secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, a proposta busca manter a carga tributária atual estável, sem aumentos ou reduções significativas, com o objetivo de evitar sobrecarga para o contribuinte.

Apesar da criação da trava, o projeto sancionado sofreu alterações no Senado Federal que elevaram a estimativa para 28%. O relator e senador Eduardo Braga incorporou cerca de 600 propostas de mudanças ao texto e algumas foram mantidas na versão final.

Entre as propostas, as alterações mais impactantes foram rejeitadas na segunda passagem do projeto pela Câmara dos Deputados e ainda assim, Appy reconhece que o IVA final pode ser “um pouco maior” que os 26,5% inicialmente previstos.

Vale lembrar que a reforma cria dois novos tributos: 

  1. Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) ;
  2. Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) .

Tanto o IBS, quanto a CBS substituirão os atuais Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) , Imposto Sobre Serviços (ISS), Programa de Integração Social (PIS) , Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Enquanto o IBS será cobrado por estados e municípios, a CBS substituirá tributos federais. Ainda assim, é importante ressaltar que o novo modelo será implementado de forma gradual, permitindo adaptação por parte dos contribuintes e das administrações públicas.

Além disso, a reforma regulamenta o Imposto Seletivo (IS), também chamado de “imposto do pecado”, que será aplicado sobre produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros e bebidas alcoólicas.

A alíquota estimada de 28% preocupa o contribuinte médio devido ao impacto sobre o consumo, apesar disso, conforme argumenta o governo, a reforma tributária trará mais eficiência ao sistema tributário e equidade entre os setores econômicos.

Para especialistas, o Brasil possui uma das cargas tributárias mais complexas do mundo, mas com a simplificação trazida pela reforma isso pode melhorar a competitividade do país, mesmo com a alíquota elevada prevista.

O texto sancionado recebeu 17 vetos presidenciais e agora segue para regulamentação detalhada. Para os próximos meses, serão definidos ajustes técnicos para implementar o modelo, na tentativa de minimizar distorções e assegurar transparência.

Com informações da CNN Money

Publicado por Lívia Macario

Jornalista

Categorias: SINDRATARPE

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