Restrição impactaria uso de fluorpolímeros em juntas, componentes elétricos e revestimentos antidesgaste de sistemas de refrigeração, alerta entidade

Por Redação / FONTE: BLOG DO FRIO

Sistema de refrigeração para supermercados em exposição na Apas Show 2017
Transição para fluidos refrigerantes “naturais” depende do uso de fluorpolímeros, diz associação que representa fabricantes de componentes | Foto: Nando Costa/Pauta Fotográfica

A indústria europeia especializada em componentes para refrigeração, ar condicionado e bombas de calor está em alerta, devido às propostas de proibição de substâncias per- e polifluoroalquiladas (PFAS) em análise pela pela agência de produtos químicos do bloco econômico (ECHA, na sigla em inglês).

A Asercom, associação que representa a cadeia produtiva na região, aponta que a substituição de produtos com PFAS que pode ser adotada por lá exigiria mudanças significativas nos projetos de máquinas e componentes.

Se aprovada, a medida, apresentada por Alemanha, Holanda, Noruega, Suécia e Dinamarca no início do ano, impactaria diretamente os fluidos refrigerantes mais comuns no mercado, como os hidrofluorcarbonos (HFCs) e as hidrofluorolefinas (HFOs), bem como os fluorpolímeros empregados em componentes críticos dos sistemas de refrigeração.

Esses componentes, que englobam desde juntas e sistemas de vedação até partes elétricas e revestimentos antidesgaste, são fundamentais para o bom funcionamento dos equipamentos modernos.

Para muitos especialistas, no entanto, a surpresa é o aviso da Asercom sobre os possíveis impactos também nos refrigerantes “naturais”.

“A transição para essas alternativas depende cada vez mais dos fluorpolímeros, agora potencialmente limitados por essa proibição. Portanto, estamos pleiteando exclusões específicas para tais materiais”, salienta o presidente da entidade, Marco Masini.

Embora a indústria esteja ativamente em busca de alternativas colaborativas, soluções que mantenham a performance dos atuais componentes ainda são um desafio.

Heinz Juergensen, líder da equipe de especialistas em PFAS da Asercom, evidencia a complexidade do cenário. “Alterações nos projetos gerariam a necessidade de novos testes e avaliações, introduzindo uma variedade maior de componentes nas etapas de produção e instalação e potencialmente elevando riscos operacionais”, adverte.

A preocupação da indústria, segundo Juergensen, não é apenas adaptativa, mas também preventiva. “Estamos pedindo exceções na proibição proposta de PFAS para garantir a eficiência energética, especialmente considerando as características únicas dos fluorpolímeros e as regulamentações vigentes”, diz.

Ademais, a medida, ainda em estudo, pode redefinir padrões e práticas em todo o setor de climatização e refrigeração, com efeitos potenciais que vão além das fronteiras do continente.

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