Estado encerra o ano com um PIB margeando o cenário nacional, em 3%, avaliado como insatisfatório para as carências sociais locais

Por: Marcílio Albuquerque / FONTE: DP

Francisco Cunha apontou extremos em eixos como a economia, política, segurança e clima (TGI/Divulgação)
Francisco Cunha apontou extremos em eixos como a economia, política, segurança e clima (TGI/Divulgação)
Pernambuco encerra 2023 com um crescimento econômico insatisfatório. A avaliação é do consultor Francisco Cunha, durante a 25ª edição do encontro Agenda TGI, realizado na noite desta terça-feira (28), no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife. Margeando a ordem de 3%, o Produto Interno Bruto (PIB), composto pela soma dos bens e serviços produzidos, segue acompanhando a mesma curva do país. O painel, que reuniu o empresariado e gestores públicos,  trouxe análises dos últimos 12 meses e projeções para 2024. Com o tema “A era dos extremos”, a apresentação trouxe recortes do clima, tecnologia, política, investimentos e segurança pública.

“Estamos falando de um estado que possui carências sociais muito maiores, quando comparadas ao restante do Brasil, como saúde, educação, moradia, entre muitos outros. Desta forma, apenas acompanhar o cenário nacional se mostra insuficiente”, apontou Cunha. Segundo ele, barreiras ainda impedem um monitoramento mais eficaz. “Nos deparamos com um grau de dificuldade bastante considerável no acesso às informações sistematizadas, além da carência de planejamento, o que deixa evidente uma situação de crise”, explicou.

Se debruçando na falta de atenção ao meio ambiente, o conteúdo destacou realidades de confrontação. “O Recife possui uma vulnerabilidade intensa com episódios de fortes chuvas e de elevação dos oceanos. São problemas que parecem distantes de nós, mas estão, na verdade, bem na porta de nossas casas. Temos visto secas profundas no Norte, enchentes catastróficas no Sul, incêndios sem precedentes no Centro Oeste e um calor jamais visto Sudeste”, enumerou Francisco Cunha, que continuou: “A agenda ambiental requer uma preocupação emergencial do poder público e da iniciativa privada, mas também na mudança de hábitos de cada um de nós, poluindo menos, por exemplo. A mudança tem que começar hoje”, disse.

No contexto geopolítico, o peso no campo internacional ficou por conta dos confrontos na Palestina e na Ucrânia, além de outras guerras que seguem em curso. Aportando no Brasil, Cunha destacou os movimentos antidemocráticos em Brasília, em janeiro deste ano. “Começamos 2023 com ataques simultâneos nas sedes dos poderes, numa tentativa de mudar o resultado das eleições. Foi algo jamais visto e que sinalizou a necessidade de ações mais rígidas, atingindo todo o sistema político, independente de bandeiras”, registrou. Ele lembrou outros extremos na segurança pública, como o avanço do crime organizado para além do eixo Rio-São Paulo, como em estados como a Bahia e Rio Grande do Norte, como também em Pernambuco.

Em um balanço, o consultor ressaltou que o modelo de desenvolvimento presente de Pernambuco é considerado ultrapassado. “Este ano ficou mais do que provado que este sistema, gestado ainda na década de 1950, se esgotou. É um modelo atrelado à era do petróleo, pautado em refinaria, estaleiro, montadora de automóveis, porto e até a Transnordestina, que ficou encalacrada. É preciso uma nova direção. Esta pauta passa pela redução de gás carbônico, mas também em medidas efetivas que gerem oportunidades de  emprego e renda”, concluiu o estrategista. Ele lembrou que a inteligência artificial também traz incertezas para o futuro, mas pode ser aproveitada pela realidade empresarial, implicando em requalificação, ao contrário de demissões.
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