Novidade emprega o resfriamento radiativo, assunto recorrente em publicações científicas internacionais por mandar o calor retirado dos ambientes literalmente para o espaço, mas seu emprego em grande escala ainda gera dúvidas no AVAC
Por Redação / FONTE: BLOG DO FRIO
A ideia não é nova, mas ganhou impulso especial recentemente, graças a cientistas criadores de um vidro revolucionário que dá um passo além ao resfriamento radiativo.
Seu grande diferencial é captar energia do sol e, ao mesmo tempo, transferir calor do ambiente para o espaço.
Tal propriedade se deve à utilização de um “composto fotônico randomizado” na fabricação do vidro inovador.
A substância dentro dele permite devolver o calor na forma de radiação infravermelha de ondas longas, para as quais a atmosfera terrestre é transparente.
Conhecido também como resfriamento passivo, o método tem sido considerado sob medida como recurso extra contra o aquecimento global.
Pesquisadores aplicaram o método no desenvolvimento de um coletor radiativo, transparente e ultrafino, que permite transformar a luz solar em energia elétrica.
Isso permite a um condomínio médio reduzir suas emissões anuais de carbono e também a temperatura nos apartamentos.
Fim do ar-condicionado?
Ouvimos a respeito o professor PHD Alexandre Fernandes Santos, da Escola Técnica Profissional (ETP), de Curitiba.
De acordo com o especialista, experiências do gênero, envolvendo as micro cerâmicas, se notabilizaram ainda nos anos 1980.
Mas isso não reduz os méritos do Dr. Linxiao Zhu, da Universidade da Pennsylvania (EUA) e sua equipe.
“Ele foi além, explorando o que chamamos de ‘radiative cooling’, ou seja, o resfriamento radiativo”, diz Alexandre.
“Recentemente, surgiu o conceito dual, que combina a produção de frio com a geração de energia”, prossegue o professor.
Mesmo assim, o especialista brasileiro considera prematuro falar em extinção dos sistemas convencionais de climatização, com ciclo de compressão.
“A profissão de instalador de split continuará sendo relevante por um bom tempo”, exemplifica.
Em um prédio de 12 andares, com um aparelho cada, a redução do calor seria de até 70%, mas em apenas um pavimento (450m²)
Além disso, segundo ele, essa remoção de calor não teria controle preciso da temperatura, tampouco permitiria renovação do ar.
Todas essas considerações, porém, não invalidam, no entender do professor, que a tecnologia radiativa tenha o seu espaço.
“Em uma residência de apenas um pavimento, bem isolada e considerada ‘verde’, ela pode ser uma solução viável”, conclui.
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