Além dos vieses inconscientes que ainda prejudicam a ascensão profissional feminina, evento realizado ontem, pela internet, teve anúncio de imersão presencial em setembro, na capital paulista

Por Wagner Fonseca / FONTE: BLOG DO FRIO

Crianças, homens, mulheres. Enfim, todo ser humano, seja qual sexo e idade tenha, dificilmente deixa de acumular ideias pré-concebidas no seu inconsciente ao longo da vida, e isso é a fonte primária de inúmeras atitudes discriminatórias.

Esse foi o ponto central da palestra realizada nesta segunda-feira (26) pela presidente do Comitê de Mulheres da ABRAVA, em encontro virtual organizado para comemorar o Dia Internacional da Equidade de Gênero, data surgida nos Estados Unidos em 1920, quando as norte-americanas conquistaram o direito de votar.

Para desenvolver esse raciocínio, Juliana Reinhardt Luzzi apresentou vídeos contendo pessoas, com idades e perfis variados, cujas respostas mostraram que personagens em determinadas situações hipotéticas a elas apresentadas só poderiam ser homens.

No entender de Juliana, compete a todos – inclusive às próprias mulheres – a derrubada de tais crenças infundadas, pois elas funcionam como “atalhos mentais” para as pessoas, comodamente, não terem de repensar seus conceitos, diante de novas pessoas e circunstâncias.

A partir desses rótulos, também conhecidos como estereótipos, a discriminação não tarda a surgir em diversas áreas da vida, condenando de antemão culturas, gêneros, faixas etárias e classes sociais.

Consequências

No campoprofissional, as desvantagens da mulher começam pelo fato de serem contratadas e promovidas com base em suas realizações, enquanto homens costumam ter mais valorizado seu potencial para o futuro”, diz Juliana.

Vieses assim acabam respondendo por praticamente todos os chamados “degraus quebrados”, obrigando as profissionais a olhar para cima e passar a vida ambicionando por uma posição onde dificilmente poderão chegar.

Para quem ainda duvida dessa realidade, a presidente do Comitê de Mulheres da ABRAVA ressaltou não faltarem números comprovando as consequências de acontecimentos assim.

No ano passado, por exemplo, a cada 100 homens promovidos ao nível gerencial nos EUA, apenas 87 mulheres fizeram o mesmo, de acordo com pesquisa da consultoria McKinsey & Company. No estudo de 2022 o total foi maior, 120.

Ao mesmo tempo, na última lista dos 10 CEOs mais bem remunerados do mundo, nenhum era mulher e, ‘curiosamente’, apresentam perfis etário e familiar com várias semelhanças, extensivas até mesmo à aparência.

Dados assim também têm chamado a atenção do Fórum Econômico Mundial, que em seu Informe Global Sobre a Disparidade de Gênero, edição 2024, estimou ainda serem necessários 134 anos para homens e mulheres se equilibrarem no trabalho.

A Organização das Nações Unidas faz parte do mesmo esforço para alertar a humanidade sobre esse grave e histórico problema, ao colocar em quinto lugar na lista dos seus 17 objetivos de desenvolvimento sustentável o empoderamento de todas as meninas e mulheres do planeta.

Reação

Concluindo a webinar, Reluzzi convidou homens e mulheres do HVAC-R a participar, em 20 de setembro, do evento ”Equidade de Gênero em Foco: Imersão para a Mudança”, cujo tom de convocação presente no próprio nome dá bem a ideia da profundidade dos trabalhos previstos, frente ao grande desafio que se propõe a enfrentar.

O evento será das 8h00 às 17h00, no Espaço SINIMBU, localizado na Rua Barão do Triunfo, 1.656, Brooklin, São Paulo – SP.

Mais detalhes clique aqui.

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